Técnica ou Unção

04/06/2011 09:14


 

Técnica ou Unção?

 
     Esta é uma indagação muito pertinente, principalmente nos dias de hoje, quando a igreja do Senhor tem, a cada dia que passa, mais "músicos" e equipamentos de som. Realmente Deus tem abençoado sua igreja com recursos, tanto financeiros, quanto humanos, entretanto, resta-nos saber se tais recursos estão mesmo sendo usados da forma que Êle, o Senhor espera. 
Reconhecemos que em alguns países (como no Brasil) as igrejas estão cheias de "levitas", enquanto que em outros eles ainda são muito poucos e às vezes até nenhum.Todavia, em ambos os casos há muitos irmãos buscando brava e incansavelmente se preparar para a realização do sonho de poder servir, da melhor forma, no campo da música, sem que ninguem os perceba. 
    Se perguntarmos em nossas igrejas quem deseja ingressar no ministério de louvor, seguramente a grande maioria das pessoas se colocará à disposição, e, sem dúvida, no meio dessa provável multidão, haverão alguns futuros bons músicos e ministros "aprovados". Mas como reconhecê-los?


 

   É muito comum, quando na formação do ministério de louvor, ou mesmo na sua ampliação, seus líderes observarem a "vida com Deus" do supostos candidatos, orarem e jejuarem, buscando de Deus confirmação sobre quem devem escolher (o que é expressamente recomendável), e, sendo descoberto quem no meio deles tem uma vida exemplar, está presente, pontualmente em todos os cultos, reuniões e baptismos, alem de ler a bíblia e orar como ninguem e, de preferência falar em linguas estranhas, ai sim, está aprovadíssimo(a).
   Mas, e quanto a suas "principais atrubuições" no ministério em questão? Ora, vamos lá...
   O integrante do ministério de intercessão tem como principal atribuição orar, intercedendo por vidas e causas específicas;
   O do ministério diaconal, por sua vez, deve principalmente servir na manutenção e bom funcionamento da igreja;
   Já o membro do ministério de dança, como já diz o próprio nome, ministra ao coração do pai em forma de expressão corporal;
   Enquanto o ministro de louvor... bem esse deveria cantar ou tocar com exelência, como todos os integrantes dos demais ministérios, mas lamentavelmente não tem sido bem assim (com raríssimas excepcões).
   Quando falamos em exelência pensamos no que há de melhor, mais puro e, se possível, perfeito.
   Até concordo que devemos ter o cuidado de tentar detectar se os irmãos "cheios de unção" têm algum jeito para a música e penso que é muito mais prudente aceitar no ministério de louvor pessoas que, tendo algum jeito para a música seja "cheio de Deus" do que quem seja "cheio de musicalidade", mas que não demonstra ter muita vontade de crescer espiritualmente. Contudo há de se ter "olhar de Deus" para não falhar no diagnóstico em nenhum dos casos, evitando assim cometer erros muito difíceis de serem reparados.
   Irmãos, "crentes à toda prova", que foram convidados a ingressar no ministério de louvor da igreja porque gostam de cantar ou simplesmente "por achar os louvores lindos" ou obreiros que, se possível, dariam a vida pelo evangelho, mas que não têm a minima noção musical, ou até pessoas que, mesmo sabendo que não levam nenhum jeito para a música, aceitaram o convite para integrarem o ministério de louvor, simplesmente porque alguem da liderança disse-lhe que "sentiu de Deus" o desejo de convidá-lo, o que o fez crer num verdadeiro "milagre".
   Mas porque estamos cheios de "ministros de louvor" que estão no lugar errado?
   Já ouvi, por diversas vezes de líderes de louvor que, quando questionados a cerca da má qualidade musical dos musicos e cantores a seguinte frase: "O importante é ter unção", ou " "importa que o dono da festa aceite".
   Realmente, o nosso único objetivo deve ser fazer com que o Pai receba nosso louvor, ofertando-lhe aroma suave... mas, muitas vezes, o cheiro que enviamos para o seu trono não é bem o que podemos chamar de suave.
   Músicos que tocam com seus instrumentos desafinados (quase sempre por não conseguir percebê-lo), cantores que mais gritam do que cantam e outros que "afinam de vez em quando", instrumentistas que tocam "certinho", mas que, cheios de si, achando que já sabem o bastante para tocar o coração do pai, nao se permitem crescer e, quem sabe, reparar o erro cometido por quem o convidou para ingressar no ministério... essa tem sido nossa realidade (II Tm 2:15).
   Esse despreparo se dá, em parte, pela falta de recursos para investimento num correto aprendizado (reconheço), mas são fraglantes os casos de levitas totalmente desinteressados no crescimento musical, sem nenhum zelo com o ministério que "Deus o confiou", o que demonstra que, muito possivelmente, "se não estão no lugar errado, chegaram fora de tempo".
   Nosso objetivo, nem de longe é fazer comparativos entre técnica musical e a unção que vem de Deus. Aliás, o que nós realmente queremos é evitá-lo, mostrando que técnica e unção são coisas completamente distintas, mas totalmente indispensáveis para nós, ministros de louvor que devemos ter a coragem de admitir que não basta ter apenas uma delas.
   Acreditamos que Deus capacita os que Ele escolhe (quando realmente o faz), mas, por experiencia própria, devo dizer que são raríssimos os casos de pessoas que chamamos autodidactas, mas que, na verdade, receberam de Deus o dom para desempenhar uma função específica no Reino. Sendo assim, não seria nenhuma heresia dizer que "Deus não quer ser professor de música particular de ninguem", ou seja, não adianta por na cabeça que vai ser ministro de louvor, quando não se tem nenhuma aptidão para música e não se pretende estudar para conseguí-lo, e isso, apenas por achar que Deus vai o capacitar ou, quem sabe, "por ter recebido alguma profecia" a respeito.
   Mas qual a grande diferença entre a Unção e a técnica?
   É muito simples. A Unção é derramada gratuitamente por Deus a quem a busca. Já a técnica é ministrada por alguem preparado por Deus para fazê-lo.
   As vezes, um culto onde a ministração do louvor não correu muito bem acaba sendo uma benção, mas isso não quer dizer que Deus aprovou o trabalho dos seus ministros. Na verdade, Deus, por sua sensibilidade e fidelidade, derrama sua unção sobre a igreja, honrando a quem realmente deu o seu melhor. 
   Da mesma forma, num culto onde a ministração do louvor pareceu ser perfeita, acaba por não acontecer nada de especial, isso porque os levitas, apesar do preparo técnico, não buscaram a unção de Deus na mesma medida.
   Estejamos pois atentos aos principais requisitos para nossa função no ministério, buscando total equilíbrio entre Unção e técnica, não desprezando, em tempo algum nenhuma delas (Jr 48:10)